quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Por uma vida sem planos

E mais um ano está chegando ao fim. E quando o ano novo se aproxima, iniciam-se as programações e as famosas cobranças. E são várias. A maioria improváveis que se tornem reais. No mundo em que vivemos, aquilo que muito imaginamos ou planejamos, ficam trancados na  memória ou dentro do coração. Ou pior ainda, dentro da alma, que sofre pela culpa de não ter dado vida ao idealizado.
Viver planejando cada passo pode ser um tanto frustrante ou até perigoso. Percebo que pensar no almoço de amanhã seria muito mais prudente do que planejar a viagem do ano que vem. Melhor ficar sem planos a longo prazo e também sem grandes expectativas da vida. E daí se eu não emagreci aqueles dois quilos, e daí se meu filho não passou de ano, e daí? Cabeça para frente e tentemos melhorar. Ano que vem a gente ve o que faz. Estuda mais, caminha mais, sorri mais...
A gente não sabe o dia de amanhã. E o passado deixemos para a história se encarregar dele. O importante é saber do hoje. Hoje eu estou bem, com saúde e disposta para enfrentar mais um dia. Porque será um longo e feliz dia, pelo menos é o que a gente espera.
Não posso prometer que ano que vem me matriculo em uma academia, porque imagino que não irei cumprir, nem que não esperarei mais nada das pessoas que amo, porque sempre espero. E continurei esperando, porque a gente sempre espera algo de quem se ama muito. Também não prometerei ser uma pessoa melhor porque felizmente consigo internalizar aquilo que tenho de bom e ótimo, e meus defeitos, ok, eles existem, mas vou deixá-los do mesmo jeito, porque teimosia e ansiedade na medida certa não fazem mal a ninguém.
Nada na minha vida foi planejado, nem eu fui. Fui um susto, como dizem alguns. Mas hoje minha mãe olha para mim e diz que não sabe o que seria dela sem mim. Meu filho, meu casamento, minha casa, meu cachorro, minha doença...tudo aconteceu de forma tão desprogramada e inesperada, que me fez acreditar que a vida cheia de suspenses e surpresas é muito mais interessante e divertida.
Mesmo as coisas ruins, dá para tirar proveito delas sim. E como dá. Muitas vezes o sofrimento e a dor nos fazem amadurecer e crescer. Sempre existe um aprendizado por trás de um sofrimento. Prefiro mil vezes algumas pedras no caminho do que um mar cheio de rosas. A vida não é perfeita, e que bom que não é.
Será que existe coisa mais gostosa do que receber um telefonema inesperado de uma amiga para um café com pouquíssimas horas de antecedência? Agora são nove horas da manhã e até as dez da noite muita coisa vai acontecer.
O que planejo para ano que vem é continuar não fazendo planos. É continuar sendo quem eu sou, agindo conforme aquilo em que eu acredito e ter a visão de que os nossos sentimentos e as nossas emocões mudam e acabam. Ter consciência sobre a finitude das coisas e manter os sonhos em sintonia entre o mim e o eu.
Deixemos a vida nos levar, porque ela é curta, os amigos são poucos e a música. Ah, a música.
Não deixe de cantar...

Bj no coração!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O amor pela escrita

Nunca fui a melhor da sala. Nem a segunda. E nem por isso deixei de ser feliz e aproveitar a minha infância e juventude. Também não era punida pelas notas não tão boas. Meus pais confiavam em mim.
Mas para que punir por uma nota baixa? Será que castigos aos montes resolvem o problema de uma nota baixa?
Eu sou adepta do "vamos estudar mais da próxima vez. Você vai conseguir, confio em você."
É o que eu falo para o meu filho. E ele sempre consegue.
Ele também não é o melhor da sala para a minha alegria. Mas está sempre antenado. As vezes eu corto o vídeo game, isso realmente não fará falta na vida dele. Mas dar castigo, tirar tudo e deixar a criança só estudando também não vai resolver. As responsabilidades existem e precisam existir, mas os bons momentos da vida, as brincadeiras de criança não podem e não devem ficar esquecidas. Só se é criança uma vez. Infelizmente.
As frustrações fazem parte da vida, e que bom que as vezes nos frustramos com alguma coisa. Que bom que temos que correr atrás de algo para melhorar. As vezes é bom fazer um dieta e perder uns dois quilos. As vezes é  bom excluir pessoas vazias de nossa vida, as vezes é bom parar, olhar para o espelho e saber quem eu sou, o que quero para minha vida, como eu me vejo e de que maneira posso melhorar como ser humano. O que eu tenho de melhor para oferecer para mim e para o mundo que me cerca.
Equilibrio é a palavra. Um pouco de cada coisa. Não dá para comer brigadeiro a vida toda, nem espinafre. Um pouco dos dois é bom. E um pouco de sabedoria com uma pitada de bom senso é o fundamental.
Não ser a melhor da sala me fez descobrir que não existia nada demais nisso, apesar das cobranças dos amigos e dos outros pais (não os meus). Não ser a melhor da sala me fez despertar em mim mesma que em alguma coisa eu era boa ou ótima. Instrutora de auto escola nem pensar, professora de Química nem amarrada, mas escritora quem sabe.
 E eu hoje sei que fiz o que pude, passei, me formei, tenho orgulho de mim.
Pena que a maturidade vem um pouco tarde. Mas se fossemos maduros tão cedo, perderíamos os momentos de maluquices, devaneios e loucuras. E como são bons. Mas acabam.
E já maduros podemos olhar para trás e saber que fizemos aquilo, exatamente aquilo que poderíamos ter feito. Que demos o melhor de nós.
E daí que tiramos uma nota baixa? Também aprendemos com elas. E que bom que temos algo para aprender.
E de tanto escrever na escola e nas faculdades de Psicologia e Pedagogia eu me apaixonei pela escrita. Perdidamente.
Já deixou de ser paixão e virou amor.
De aluna não tão boa, me tornei uma escritora e estou escrevendo meu primeiro livro.
E como é bom.
É a realização de um sonho.
Do papel para as prateleiras. Já imaginaram?
Tomara que sim.

Bjs no coração!