Não é fácil ser mais quieto. Muitas vezes somos vistos como esquisitos, antipáticos.
Introversão não está diretamente associada a ser anti social. Tem muito mais ligação com silêncio interno mesmo. De não querer chamar a atenção, de não querer ser o "centro das atenções".
Nós, introvertidos, gostamos de ficar alguns momentos sozinhos, de não agradar o tempo todo, demoramos às vezes a responder mensagens, não fazemos perguntas frequentes, e em algumas situações nos distanciamos. De grupos, de mídias sociais, de confusão. Às vezes, até mesmo da família.
Amigos, só os mais próximos possíveis. Poucos. Mas bons. E verdadeiros.
Recentemente participei de um experimento coreográfico maravilhoso. Um grandioso encontro de almas. De mulheres dispostas a se doarem e levarem para o público e para o palco a sua verdade. O seu interior. O seu "eu".
E nesse experimento ficou muito claro a essência de cada uma. A busca incansável e madura de mostrar aos outros, mas principalmente a nós mesmas a fantástica fortaleza em Ser.
Em sermos únicas, diferentes, verdadeiras. Em termos vidas simples. Em sermos inquietas. Extrovertidas. Tímidas. Choronas. Sérias. Confiantes. Inseguras. Fortes.
Em sermos arco-íris em um mundo tão cinzento.
Buscamos a nossa identidade, sem máscaras. A verdade de cada uma de nós estampada em um palco. Fomos além da aparência. Buscamos a essência, e enxergamos com o coração. Por dentro e por fora.
Os olhos de cada um que estavam lá nos assistindo. Olhos atenciosos e compreensivos.
A nossa manifestação externa refletiu nosso estado interior.
Não era a técnica que estava lá, era a nossa sensibilidade e a nossa capacidade em amar.
E lá em um canto do teatro, antes de entrar no palco, estava eu, frágil, doce, delicada, introvertida, quieta. A minha cabeça doía. Meu cabelo milimetricamente arrumado. Estava ansiosa.
Mas acima de tudo, feliz, por estar alí me doando e acima de tudo sendo eu mesma.
Foi tão mágico e tão lindo que eu mal acabo de falar e já começo a sentir saudades de todo mundo.