quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Nome

Quando eu nasci, minha mãe e meu pai não sabiam se era menino ou menina. E não tinham pensando em um nome. Então vim ao mundo. Minha avó Odete foi me visitar no mesmo dia e disse:
- Filha, ela tem rostinho de Carolina. Ela é doce. Tranquila.
Pronto. O nome estava definido. E eu me chamaria para o resto da vida Carolina. Mas minha avó nunca me chamou de Carolina, ficou Carola. Até o último dia de suas vidas.
Eu tenho mais apelidos do que esmaltes. Lola, Lolita, Caro, Carol, Carola, manhêêêê. Meu pai me chama de Sarnapim, mas essa parte pula...
O nosso nome é algo tão singular, que é até difícil de explicar. É simplesmente algo que nos define.
É a nossa identidade. E identidade nada mais é um conceito que parte da idéia de distinção.
Mesmo existindo um mundo a parte de Carolinas. Eu sou a Carolina. Tenho a minha maneira de ser, pensar e agir. Tenho minhas características físicas, meu cabelo, minhas tatuagens, minha pele, meus gostos. Tudo isso me torna não uma Carolina, mas sim a Carolina.
Durante minha aborrecência eu sismei com meu nome. Existia um paquita chamada Bianca, e eu perguntava para a minha mãe porque ela não havia me dado esse nome. Bianca.
- Não filha você é Carolina e seu nome é lindo. Esqueça essa história de Bianca. Seu nome significa mulher doce. Você um dia vai gostar dele.
O nome é a primeira palavra que aprendemos a escrever. A esboçar.
E isso é tão formidável que as crianças antes mesmo de saber escrever o próprio nome dirigem a si mesmas pelo nome. Tive um aluno que dizia:
- Tia Carolina, essa mala é do Pedro? E o Pedro era ele. Faz parte do desenvolvimento da aprendizagem da linguagem e do entendimento de si mesmo. De se reconhecer e de se diferenciar perante os colegas falando o seu nome. Porque ele tem uma enorme importância.
Eu passava o dia desenhando meu nome. Tanto que até hoje meu C é todo rebuscado.
C de Carolina.
Amo esse nome.
É nele que me reconheço. Que me envolvo. Que me identifico e principalmente me diferencio do outro e das outras tantas Carolinas por aí...
O nosso nome é único. E ter orgulho dele é o que nos define.
Podem apagar o que quiserem, mas jamais conseguirão apagar o nosso nome. Aquilo que somos e o que deixaremos.
Não sobrenome. Há quem dê importância.
Nome. Meu nome. O nosso nome.
Só existe uma Carolina.
Só existe um de nós.
Uma única história.
E é isso que realmente importa.
Que nosso nome e que nossa história seja única.
Em nossos atos, crenças e principalmente em nossas atitudes.

Beijo no coração!







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