sábado, 6 de junho de 2015

Partir

As vezes é preciso partir.
Parto porque necessito de outras estações, de outros cheiros, de outros mundos.
Parto porque necessito conhecer outras flores, cores. E outros sabores.
Saio para descobrir novos ares. Descobrir novas pessoas. Parto para sair de mim rumo ao desconhecido.
Me torno plenamente feliz quando me desentegro de mim mesma e busco descobrir uma nova face. A qual busco conhecer.
Parto porque algumas roupas não me servem mais, algumas pessoas não me interessam mais. Já não falamos mais as mesmas palavras. Não temos mais os mesmos gostos. E quando perde o sabor, o cheiro, o encanto, é preciso partir.
Parto porque quero conhecer o mundo. Um outro mundo. Um novo mundo.
Tirar novas fotografias. Milhares de fotografias. São elas que ficam. As lembranças. Tão nossas. Tão únicas, que nos aproximam ao mesmo tempo de um passado feliz e doce e de um futuro incerto e duvidoso.
Quero ser amada em Dublin, andar descalça no túnel de Cherry Blossom, caminhar nos Campos de lavanda, me perder em Nova York.
Quero uma janela enorme para o mar. E amar.
Cercada de cachorros, quero viver, me perder e me reencontar.
Mas as vezes é preciso partir, porque partir é muito mais que me ausentar ou abandonar minhas origens. Minha vida. Meu eu.
Partir é importante, porque assim descubro verdadeiramente se um dia quero voltar.
Partir é importante, mesmo que seja para descobrir que meu lugar é aqui.
E que, ao lado homem que amo, aqui devo ficar.






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